dolce vita

teremos que admitir que passar uma tarde num centro comercial tão grande pode ser uma tarefa bastante dificil de lidar. não é que eu me importe de estar em filas, pois quando isso acontece significa que levo algo de novo para casa, mas e quando levo 5 peças de roupa para o provador e nada fica bem? e o estar a experimentar peça a peça pode chegar a ser sufocante! mas, seremos realistas, nada isso se compara a depois quando olhamos para o roupeiro ver que o nosso esforço valeu a pena. sem duvida que sempre gostei de grandes centros comercias e penso que enquanto tiver uns bons pés e pernas para me aguentar um dia inteiro num rodopio por eles vou continuar a ir e a aproveitar calças de 3 euros.
aah.. visualizei uma situação no restautante pizza hut no dolce vita que nada me agradou e reflecti por momentos como ainda pode haver gente assim, ou melhor, jovens assim. sempre fui muito observadora, não sei se é propicio da idade em que se quer saber tudo, se é mesmo feitio, e quando disfrutava da minha fatia de duplo queijo desviei-me da conversa da minha mesa para me concentrar na de trás. Uma rapariga, por voltas dos 15/16 anos, muito bonitinha e com ar de poucos amigos falava com a mãe de uma forma extremamente desconfortante perguntando-lhe por que não eram mais ricos para ela poder comprar as suas 6º all stars e igualar, supostamente, a sua rival que na sexta feira tinha levado umas lindas, tipo arco-iris.. a mãe respondeu-lhe que se tivessem mais dinheiro não era para satisfazer os desejos da nariz empinado mas sim para fazerem obras na cozinha e ao ouvir isto, a tal disse que quando levava alguém a casa nunca mostrava a cozinha e que por isso não conseguia ver por que razão as suas all star não seriam mais importantes que a cozinha. não sei se por falta de paciência, se por falta de rigidez ou por falta disto ou daquilo a mãe não se deu ao trabalho de responder, deixando a filha a divagar sobre que cor escolheria desta vez.. sinceramente não sei nada, mas de uma coisa eu tenho a certeza, é que estas situações me metem não só impressão, mas desgosto. não é normal que uma jovem sendo tão jovem tenha mais manias que a minha avó que por si só já tem manias que chegue, não é normal que uma mãe não se dê ao trabalho de lhe fazer ver que não era isso que importava, mas essencialmente, não é normal que nos dias de hoje se esteja a construir uma sociedade onde o mais importante é ter as roupas mais bonitas, os ténis da moda ou o que é novidade e que está em voga, sem se dar valor (ou se se dá, isso vem depois) ao que a pessoa é sem roupa, ao que é a sua personalidade.

até amanhã,
mb