amor platónico

SEXTA FEIRA! Quando começo este dia da semana só consigo pensar que, quando este terminar vou sentir como que o chegar de um alivio, que me vai permtir deitar no sofá e adormecer a ver as minhas séries de eleição, que me vai permitir uma ida ao cinema, que me vai permitir escrever calmamente no meu blog e sem pressas, mas e, simplesmente, que me pode permitir ir dormir as dez horas da noite em vez de à meia noite, o que é um grande feito.

Vejo-te todos os dias, não precisa de ser pessoalmente, mas sim na minha cabeça e no meu coração e, vou começando a criar uma espécie de personagem que quero que sejas e que combina tão bem com tudo o resto que és. Quero que sejas aquilo que eu imagino que és, ou melhor, aquilo que eu quero que sejas, quero que sejas o meu ideal, quero que sejas diferente do vulgar e daquilo com que estou cansada de me deparar no dia a dia, quero que sejas um misto de sensibilidade e de humor, que sejas humanista e que tenhas a coragem de me criticar quando erro, não quero que sejas o meu oposto e muito menos igual a mim, mas uma pessoa de quem me orgulho, que não me canso de olhar e de pensar, uma pessoa com valor e que dá tamanha importância às coisas simples, aos gestos simples que caracterizam o amor e o carinho que se tem pelo outro.

No outro dia dei por mim a pensar em ti e o mais ridículo e embaraçoso foi de como o fiz tão espontâneamente que nem me apercebi de emediato, só mesmo quando já divagava sobre o teu sorriso e olhar cativante que me prendem a todo o instante é que dei por mim e abanei a cabeça, como se quisesse "sacudir-te" dos meus pensamentos.

Garanto que tenho um certo receio de não conseguir "sacudir-te" de todo, mas sei igualmente que, ao mesmo tempo, não queria "sacudir-te" porque ainda és uma espécie de ilusão, ainda és como eu quero que sejas e não quero ver-te de outra maneira, pois sei que quando isso acontecer vou sofrer, naturalmente, uma certa desilusão da inicial esperança.

Continua a olhar para mim, continua a piscar-me o olho, continua a sorrir sem motivo, continua assim, superficial, que eu vou continuar, por muito tempo, com este meu amor platónico.
mb