sente(-me)

"Assim vou vivendo sem ti e sem procurar saber de ti. Mas sei de mim, sei do imenso vazio da tua falta, que nada preenche nem faz esquecer" MIGUEL SOUSA TAVARES

Hoje passou mais um dia e que posso dizer eu? Pensei em ti sim, penso em ti todos os dias porque era impossivel não pensar. Pensei em ti, principalmente quando vi aquele casal apaixonado no metro de Lisboa , a cumplicidade dos seus olhares e o avançar dos seus beijos num desenrolar de amor recente e apaixonado. Algo que eu não tenho desde que te foste embora, não embora de mim, somente e, dolorasamente, embora de nós. Queria poder dizer-te que ainda sou como era antes, que ainda prefiro os dias quentes e primaveris aos nublados e chuvosos, queria poder dizer-te que ainda sorrio com os meus olhos, queria poder dizer-te que és apenas uma mancha esquecida no meu passado, queria poder dizer-te que não passas de uma canção começada e nunca acabada, mas que também, nunca mais tentei acabar, queria poder dizer-te que, quando te olho hoje e sempre não vejo mais nada se não uma história de amor terminada sem muito significado e queria poder dizer-te igualmente que já não vou ao café da esquina da tua rua tomar todos os pequenos almoços só para te ver sair com o cabelo ainda despenteado. Queria, queria e queria tanto poder dizer-te isto, poder sentir o pouco que te digo, queria libertar-me toda e completamente da prisão em que me obrigas a estar e ser livre de te olhar com o carinho e admiração que me olhas, sem sentir mais nada sem ser carinho e admiração.
Nunca vou partir completamente, nunca se parte completamente de alguém que, realmente, se amou. Prometo-te, juro-te, garanto-te.


maria b